2.7.14

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Impossível reprimir o desejo, o desejo de ser tua, de deixar de me pertencer, de me despir das palavras corretas, da compostura de dama. Impossível conter o desejo insuflado e reprimido dentro da alma, que grita, que pulsa como um cavalo selvagem pronto a cavalgar o deserto até saciar a sede. Impossível esconder as sensações que me enlouquecem o corpo coberto de espasmos, de suores frios de cada vez que te penso, de cada vez que fecho os olhos e te sinto mais perto. Impossível deixar de cavalgar-me sofregamente como se o dia fosse acabar neste minuto em que me consumo, que me devoro, em que carne transpira vontade de ti, mais e mais... Impossível esquecer os desenhos que os teus beijos desenharam no pescoço provocando o reboliço interno, transtornando a loucura de que sou feita. Impossível conter, prender a tesão que me percorre os sentidos quando me lembro do teu membro encostado ao meu corpo e elevado à rigidez exponencial dos tua ânsia por mim, da fome com os teus beijos me incendiam. Impossível esquecer os sussurros que as tuas mãos segredam quando me tocam, quando os teus sentidos adormecem ao perderem-se dentro das palavras que me ordenas baixinho. Impossível ficar indiferente aos devaneios que a tua respiração provoca ao meu ouvido e grava na pele arrepiada as obscenidades que com que me preenches... Impossível conter o desejo!

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