21.10.13

O amor...

 
Do amor ninguém sabia. Nem ela queria saber ao certo, apenas o sentia lá dentro a pulsar, a gritar-lhe pelos poros por onde queria sair. Queimava-se por dentro de tanto que o prendia, que o desejava possuir, alucinava, mas ainda assim, ficava à sua mercê, jamais o largava, o deixava esvair-se sem se consumir a si mesma. Sabia que o calor lhe inundava a alma, e lhe envenenava o sangue, quente, vermelho que lhe corria pelas veias, alastrando o mal que a consumia. E do amor, ela não sabia dizer nada. Simplesmente o sentia a alucinar-lhe a mente, a comprimir-lhe os neurónios, e saltar-lhe pela boca. Gemia para si própria em sons surdos, que lhe aglutinavam a garganta, ferida, calada,  invadida. Penetrava-se a si mesma na tentativa de engolir o amor, de conseguir domina-lo a seu belo prazer, mas o muito que conseguia era derreter-se nos seus dedos enterrados entre as suas pernas e gritar que a possuísse sem tréguas, numa luta infernal, onde saia banhada em suor e líquidos, odores que lhe violavam as narinas e a viciavam, sabores que a mantinham presa no querer sempre mais, deixando-a sem hipótese de cura, mas ela também não a desejava, preferia a violência da doença. Mas e o amor... levava-lhe sempre o brilho ao olhar, o sorriso aos lábios, o cansaço ao corpo que pedia por mais, e assim adormecia, abraçada nele.

2 comentários:

Anónimo disse...

É forte esse amor que incendeia o corpo e nos enlouquece a alma...Arrebatador...
Um beijo grande em ti!
Gosto-TE...

Sil disse...

O amor por nós mesmas é sempre o mais forte!
Posso amar muitos, jamais o será como a mim mesma!
:))




Também te gosto "tontinha"