25.9.13

Colo...


Ela fugia-lhe!
Fingia que as suas palavras não a atingiam, nem a incomodavam, mas lá fundo, bem no fundo desejava ouvi-las assim de mansinho, bem perto de si, como duas mãos que abraçam o corpo e aconchegam a alma. Ficava ali, contemplando de longe os sorrisos que lhe fugiam do rosto e o olhar iluminado que trazia no regaço, no colo quente, de forma que não se quebrasse. Fechava os olhos e fingia, fingia que tudo era diferente, que as mãos se davam, se exploravam sem medida de tempo, como se o mundo simplesmente deixasse de existir, bailava nos sonhos pensados, nas palavras não escritas, nos desejos engolidos a seco, mas que lhe molhavam o ventre, num rio de explosões tão desejadas. Sentia-se diferente quando era atingida pelo riso dele, aquele que a fazia sorrir involuntariamente, sem vergonhas... e o mundo fugia-lhe dos pés num planar de emoção onde a razão deixava de existir, onde a lógica funcionava ao contrário, e os dedos percorriam o rio que brotava do seu corpo, queria, desejava, e lutava na ânsia de alcançar a plenitude soprada pelo vento! Era chegada a sua sorte, só tinha de esticar os braços, escorregar para dentro dele e deixar-se derreter entre os braços que a sua mente tantas vezes imaginara!

2 comentários:

Shiver disse...

Não fujas.......

Sil disse...

Nop.... fui pura provocação!!!