24.9.20

Tateando a vida pela ponta dos dedos!

Fechando levemente os olhos, deixando a melodia suave da vida preencher todos os poros do corpo carregado de memórias. Cantando baixinho a saudade de mim postada num passado que parece longínquo e perdido no emaranhado ser inerte. Levanta-se a vontade de voltar a tatear os caminhos já volvidos e revirados pela alma inquieta, saltitante e alegre. Calço as botas da esperança e atravesso a barreira do tempo, nascem-me asas novas na ponta dos dedos, onde se rasga o corpo fechado e curado de tanto sentir. Canso-me de estar enrolada dentro de mim e volto a abrir os olhos, olho o arco-íris lá fora e parece-me uma nova realidade sonhada e vivida por outra pessoa. As constelações ferem-me os olhos e aos tropeções deixo que o espírito retorne à posição ereta, caminhando e saboreando em goladas fortes as novas cores da vida, qual fénix renascida, bato as asas e deixo para trás as folhas velhas rasuradas de sentires multicolores. Foi ali, foi acolá, que me medi em esgares de esperança, de melancolias saudosas, de tracejados sangrados, que se misturaram com as formas singulares da vida. Foi, assim pela ponta dos dedos que me reinventei de novo no verbo de viver!

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