13.10.15
Liberdade...
Não sabes o que significa liberdade enquanto não ofereceres as correntes para te prender a alma voluntariamente. Sabes que é um alucinar no abismo, sabes que cair de olhos abertos e sem direcção é perigoso, mas também sabes que existem lá umas mãos que te vão segurar, acarinhar, mimar. Deixares-te ir, entregar o corpo quando a alma já não te pertence mais é algo que não se vive todos os dias. Fechas os olhos e sentes... sentes que a sede que te consome rasga-te por dentro em todos os pedacinhos possíveis e imaginários, envenena-te o sangue que corre ao ritmo acelerado de um coração que nunca bateu tão forte e descompassado numa pauta desconhecida, e ansiada há séculos. Liberdade, quando te sentes capaz de fazer o impossível, de alcançar o inimaginável, e ainda assim te atiras ravina abaixo, porque todos as células que compõem o teu corpo imploram, exigem de ti o sacrifício de ser feliz. Nunca sentiste liberdade se nunca foste amarrada pela paixão cega de um olhar que pede tudo, e tu obedeces sem questionar porque é esse o desejo que te enche por dentro. Procuras palavras para descrever um sentimento que não tem descrição, procuras por ti, mas afinal só o encontras a ele, mudaste de lugar, passaste a comandar as mãos que te tragam palmo a palmo, te saboreiam o doce e o salgado da luxúria. Procuras e encontras a razão porque tanto desejas a liberdade de ser presa...
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