10.5.15

Morte santa....


Fogem para longe dos olhares do mundo, longe das maldades, das invejas, dos maldizeres, das dores de cotovelos... fogem e vivem num mundo só deles. Ele dá-lhe a mão, e ela segue cegamente confiando... para um mundo só deles. Onde só imperaram os sentidos!
Deseja-o mais que uma morte que lhe consome as entranhas, mais que o fogo que lhe queima a carne sedenta de de ser derretida pelas mãos deles. Não existe limite entre o corpo dele e o dela, são um só quando se arrebatam, quando se consomem um no outro, quando se penetram pela alma dentro como dois animais esfomeados numa luta sem vencidos, apenas o cansaço os deixa extasiados de tanto que os beijos os amarfanham, lhe dóiem poisados na pele nua, de tanto que as bocas de degustam, se lambem, de lambuzam um no outro. Não existe mais nada, apenas as almas que devoram as carnes, se esgotam nos limites do outro, sem descanso, quando o olhar fulmina cada centímetro esquartejado de palmadas fornecidas em chicotadas de amor puro, sem medos, sem pudores, sem razão e sentido, mas sentido no mais fundo deles, onde só eles sabem onde lhes dói a saudade que ambos sentem pela distância. As palavras são a mais, os olhares de menos, os sentidos fervem numa ebulição de sentires. As palavras são o sossego final no aconchego do mimo que dá colo ao cansaço depois do desvario de se entregarem vezes sem fim. Existem um dentro do outro! São um do outro!
São a vida, o ar, os sorrisos, a voz, a razão, o sentidos, as mãos... e o medo de se perderem, perdendo-se!

2 comentários:

Anónimo disse...

O encaixe perfeito...

Sil disse...

Ricardo,

Remataste de forma perfeita!