5.9.13

Às vezes o ar comprime-se dentro do peito e esfola-me a alma.
Deixa-me as entranhas em carne viva, impossibilitando-me de sentir o ar que me corta as lágrimas que sangram do olhos. Em cada esquina, em cada curva, em cada estrada solitária, tombo e levanto, tombo de novo e me deixo ir, empurrada pela vida, apenas existindo entre as quatro paredes do cárcere interno, gaiola dourada das mãos que trabalham o barro do meu corpo. Às vezes penso, sou viciada na minha própria ausência, em que ninguém me consegue ver! Sinto o cheiro fétido das mortes que já vivi, e caminho indiferente a tudo e a todos, sou eu apenas e só! Nunca peço nada a ninguém! Tão pouco espero que uma mão me acalme a alma quando ela grita por colo! O hábito das ausências faz de mim cativeira da caverna situada do lado sombrio da vida! Raio de sol, que tanto levanta os outros e mal se segura em cima das pernas que a cada tombo me deixam menos resistente e mais fria!
Sou eu apenas e só...
Apenas e só...