17.9.13
As palavras que nunca direi!
Às vezes fecho os olhos e lembro os momentos, aqueles que já não se podem
repetir, aqueles que preenchem apenas os dias da memória, aqueles onde
tantas vezes me arrancaste sorrisos, onde tantas vezes brincamos de
palavras ousadas, onde tantas vezes fomos apenas companheiros dos dias
que passam vagarosos ou a correr, cheios de stress, plantados de
sorrisos e outros de lágrimas, não se detendo por nada, porque os
ponteiros do relógio são implacáveis, são carrascos do tempo que roubam os segundos que tantas vezes quis fazer perdurar, agarrar e parar
na minha mão. Tantas vezes desci lá abaixo onde habitas, e fiquei lá apenas a olhar, porque a contemplação tem algo de tão belo quanto o toque dos sinais mágicos de um amor.
E outras tantas senti a tua mão, como de consolo nos dias mais
invernais, ou talvez tenha sido apenas ilusão minha.. Várias vezes, foste muso da minha inspiração. Tantas vezes te
li, tantas vezes me perdi nas tuas palavras, tantas vezes quis ir além
das palavras, tantas vezes a respiração equacionou se o tempo podia
mudar o rumo da minha mão, e esta fosse mais
além... e tantas vezes me senti nas tuas palavras como sendo minhas,
tantas outras me senti pequenina diante de uma alma tão grande, estavas ali tão perto e tão longe ao mesmo tempo!
Porque há almas que transcendem os corpos e nem precisam existir
fisicamente, sente-se o calor humano que emana delas, e tu és uma delas. E
para lá das palavras ficam os desejos escondidos das vontades insanas,
incapazes de se materializar, e serem tragadas gota a gota pelos corpos
terrenos, fermentados de ebulições alucinógénicas. Ficam perdidas no limbo entre a fantasia e a realidade,
vontades vertidas apenas na almofada dos sonhos onde a imaginação deitou
a cabeça para sonhar, deixando que a brisa da noite os levasse... compostos das palavras que jamais direi!